O que é cogeração de energia? Entenda tudo sobre o conceito

A busca por eficiência energética avança a passos largos uma vez que, de forma prática, implica também em redução de custos, aumento de capacidade de geração e redução nas emissões de carbono.

Neste processo, a cogeração de energia tem sido cada vez mais explorada não só na indústria, mas também em empreendimentos comerciais. Conheça abaixo um pouco mais sobre esse sistema.

Melhor aproveitamento de recursos

O sistema de cogeração de energia é basicamente o processo de transformar a energia gerada através de uma fonte em outros tipos de energia.

O mais utilizado é o sistema que gera energia a vapor a partir da queima de combustíveis. É o caso das usinas de beneficiamento de cana, por exemplo. A queima da biomassa (bagaço da cana) gera vapores que, através de equipamentos que os coletam, se transformam em energia térmica, mecânica e elétrica.

A cogeração de energia tem sido aplicada em diversos setores produtivos, como fornos de alta temperatura na indústria do cimento, vidro e siderúrgicas, indústrias químicas, petroquímicas, de celulose e têxtil. Empreendimentos comerciais como shoppings e hospitais têm também aderido ao sistema.

Como funciona?

No Brasil, o tipo mais comum de cogeração é o que utiliza combustível (biomassa ou biogás). Neste sistema, a saturação do vapor gerado pela queima do combustível é transportada para uma turbina anexada a um gerador que a transforma em energia elétrica. A rotação da turbina também gera um vapor de baixa pressão, que, por sua vez, é utilizado para aquecimento em outras etapas do processo industrial.

Outro sistema bastante utilizado é aquele em que uma turbina do tipo condensação condensa o vapor resultante do efeito de rotação da turbina, de forma a possibilitar que ele seja reutilizado. Este segundo sistema, no entanto, tem uma menor taxa de eficiência energética.

Vantagens e importância da cogeração de energia

A cogeração possibilita que empreendimentos comerciais em indústrias unifiquem etapas da produção ao utilizar um mesmo combustível para a produção em dois ou mais processos. Além disso, o percentual de aproveitamento proporcionado pela tecnologia diminui a perda total do combustível usado para aproximadamente 10% a 20%. Em um fluxo sem cogeração, a perda sobe para 60% a 70%.

O sistema também vai de encontro às práticas de sustentabilidade, uma vez que diminui impactos ambientais, já que uma mesma quantidade de combustível pode gerar uma quantidade maior de energia.

Mesmo com o uso de gás natural, por exemplo, o sistema se mostra menos poluente, uma vez que, apesar de ter origem fóssil, a fonte ainda é menos poluente. Ao utilizar biomassa na cogeração, o impacto ambiental é ainda menor. É possível também utilizar resíduos resultantes do próprio processo industrial.

Além disso, há significativa redução de gastos com transmissão, já que, de maneira geral, as plantas de cogeração são instaladas em áreas próximas ao consumidor final.

A diminuição dos impactos ambientais chamou a atenção de diversas nações que vêm cada vez mais investindo na cogeração. É o caso de países como Holanda e Finlândia, em que a cogeração já corresponde a 40% de toda a potência energética utilizada.

Segundo a COGEN (Associação da Indústria de Cogeração de Energia), em dezembro de 2022 a cogeração nacional em operação comercial chegou a 20,4 GW. O valor é equivalente a 10,8% da matriz elétrica nacional. No período em questão, havia 652 usinas de cogeração em atividade no País.

Entre os estados da federação, a liderança fica com São Paulo, que tem capacidade instalada de 7,5 GW. Em seguida, estão Minas Gerais (2,1 GW), Mato Grosso do Sul (1,9 GW) e Goiás (1,5 GW).

A expectativa da entidade é de que o setor cresça entre 400 MW e 500MW em 2023. No ano anterior, foi registrado crescimento de 4.5%.

Planejamento

Ao optar pela adoção do sistema de cogeração, é importante que seja realizada uma avaliação profunda e detalhada sobre todos os aspectos do processo. Um bom planejamento é essencial para qualquer avanço em termos de eficiência energética.

É preciso, por exemplo, garantir a submedição de energia, possibilitando, assim, mensurar os impactos do processo. Além disso, é preciso levar em consideração que o sistema possui limitações relacionadas à necessidade de proximidade física para reaproveitamento do vapor gerado pela energia térmica, por exemplo.

Ainda assim, a cogeração se mostra extremante vantajosa tanto em aspectos financeiros quanto nas questões ambientais.

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